Humberto Real Postado Dezembro 1, 2012 Compartilhar Postado Dezembro 1, 2012 Com matéria de buzzfeed.com - Traduzido por Neno Molina Sentado sob o sol em uma cafeteria de uma empresa de tecnologia, esse ex-contratado da Google descreveu um ano gasto imerso em alguns dos mais obscuros conteúdos disponíveis na Internet. Seu papel na empresa de tecnologia consistiu-se principalmente de rever coisas como bestialidade, necrofilia, mutilações corporais (sangue, choque, decapitações, suicídios), fetiches explícitos (como pornografia com fralda) e pornografia infantil encontrada em todos os produtos da Google* - uma experiência que lhe deixou "Aterrorizado" A empresa recusou-se a contratá-lo como funcionário em período integral, mantendo-o sob contrato (como terceirizado) sem nenhum sistema de suporte técnico ou emocional. (* NdT: A Google é uma empresa, o Google é o site, entenda desta forma.) Aqui começa seu relato: Após a faculdade, fui trabalhar na política, eu era um cara de mídia social. Um recrutador me ligou e disse: "Você deveria trabalhar para o Google." Nunca me ocorreu a trabalhar para uma empresa de tecnologia. Eles me convenceram que era o lugar certo para ir. Então eu fui lá. Eu tive uma repulsa pelo tanto que eu tive lá. Acho que qualquer um que dissesse que não gostava de trabalhar lá está mentindo: eu tomava meu café da manhã, almoço e jantar todos os dias lá. Eles lhe dão tudo o que precisa. Como uma pessoa saindo da faculdade, foi fantástico. Meus pais, sendo tradicionais, estavam muito orgulhosos de que que eu estava trabalhando para esta empresa enorme. Por telefone, o recrutador me informou que eu estaria lidando com "conteúdo sensível." Não me ocorreu que eu estaria fazendo o trabalho sem apoio técnico e emocional. Uma das partes mais chocantes do meu trabalho era em questões de pornografia. Pornografia infantil é a coisa mais preocupante para empresas de internet. Por lei você tem que retirar este conteúdo do ar em 24 horas após notificação e relatá-lo às autoridades federais. Ninguém queria fazer isso dentro da Google. Lidei com todos os produtos que a Google possuía. Se alguém fosse usá-los para a pornografia infantil, eu teria que investigar e observar isto. Muitas vezes analisar 15.000 imagens por dia, dentro do Google Images, Picasa, Orkut, busca do Google, etc Eu não tinha ninguém para conversar. Eu não podia levar esse assunto, o que fazia, para minha casa, para minha namorada, porque eu não queria sobrecarregá-la com esta besteira. Durante sete, oito, nove meses, eu estive olhando para este tipo de coisas e pensei que eu estava bem, mas estava me colocando em um lugar sombrio. A Google tinha sempre alguém de uma agência federal para conversar comigo, e é aí que me ocorreu que eu precisava de terapia. Ela me mostrou fotos de atividades aparentemente inócuas (como uma espécie de teste de Rorschach modificada) e pediu para expor a minha primeira reação visceral. Eu disse "Isso é nojento!"... era apenas um pai com seu o filho. Então eu fui procurar ajuda profissional na terapia. A Google cobriu uma sessão com um terapeuta nomeado pelo governo - e me encorajou a sair e começar minha própria terapia depois disso. Eu acho que o meu gerente estava um pouco chocado, também, quando eu não pude ser contratado em tempo integral pela Google. Ele me avisou em torno dos nove meses de trabalho, então eu tinha dois meses para encontrar um emprego.[Nota: os contratados do Google só podem ficar por um ano antes de sair ou de se tornarem empregados fixos] Mas ele não pode me dizer porque não fui contratado em tempo integral... Um monte de gente que eu conheço são ex-Google e eles têm as mesmas histórias. Três pessoas aqui foram para o turno da meia-noite no YouTube e eles receberam a promessa de que se eles vissem decapitações e pornografia infantil e toda essa merda o tempo todo, eles seriam contratados. O processo de revisão do YouTube é pró-ativa - eles têm que se sentar e olhar para tudo isso, de das dez da noite ás oito da manhã, diariamente, por um ano. Um dos meus bons amigos perdeu um ano da vida fazendo isso. Mas ninguém fala sobre isso. Como o cara que eu conheci no YouTube. Ele era o cara que sabia tudo sobre pornografia infantil, sabia tudo sobre decapitações. Eu trabalhei junto com ele, e cada vez que um novo vídeo da Al-Qaeda surgia, ele era o primeiro a vê-lo. Ele tinha que ver isso para todo mundo. Mas ele era um contratado e não empregado fixo. Ele não tinha ideia do porquê. Seu gerente chamou os recrutados e disse: você tem alguma idéia do que esse cara faz? Eles não tinham ideia. Se você é um contratado, você é apenas um nome e um departamento. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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